Nos últimos anos, a radiologia intervencionista tem avançado significativamente no suporte ao tratamento oncológico. Entre as técnicas que mais ganharam relevância nesse cenário está a ablação, um procedimento minimamente invasivo que vem sendo adotado com frequência crescente em centros de saúde no Brasil e no mundo.
Aprovada recentemente para uso no Sistema Único de Saúde (SUS) pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), a ablação oferece uma alternativa para pacientes que não podem ser submetidos à cirurgia convencional ou que precisam de uma abordagem complementar a outros tratamentos, como quimioterapia e radioterapia.
A ROI Brasil, grupo de Radiologistas Oncológicos Intervencionistas, atua ao lado de hospitais e clínicas que buscam ampliar seu portfólio terapêutico com segurança e qualidade. Neste conteúdo, você vai entender o que é a ablação, como ela funciona e por que tem ganhado destaque no planejamento oncológico moderno.
O que é a ablação no contexto do câncer?
A ablação é uma técnica terapêutica que destrói o tecido tumoral por meio de fontes de energia aplicadas diretamente sobre o nódulo, sem necessidade de cortes extensos. Entre as modalidades mais utilizadas estão a ablação por radiofrequência (RFA), micro-ondas (MWA), crioterapia (congelamento) e laser.
A escolha da tecnologia depende de fatores como localização do tumor, tamanho da lesão e condições clínicas do paciente. O procedimento é realizado por meio de agulhas finas inseridas através da pele, guiadas por imagens ao vivo, como tomografia ou ultrassonografia.
Essa abordagem tem se mostrado eficaz especialmente em tumores hepáticos, renais, pulmonares e ósseos. Em muitos casos, a ablação é considerada uma alternativa viável quando a cirurgia aberta apresenta riscos ou não é tecnicamente indicada.
Por que a técnica se destaca na oncologia moderna?
A popularização da ablação na prática hospitalar não é por acaso. Ela representa um avanço importante no conceito de tratamento personalizado e menos invasivo. Entre os principais diferenciais, destacam-se a menor agressão ao organismo, redução do tempo de internação, recuperação mais rápida, preservação de tecidos saudáveis ao redor do tumor e menor necessidade de anestesia geral.
Além disso, a ablação pode ser realizada em pacientes com múltiplas comorbidades, idosos ou em estágio inicial de certos tumores, sendo uma estratégia que expande as opções terapêuticas mesmo em cenários mais delicados.
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Quando a ablação pode ser indicada?
A indicação da ablação ocorre após avaliação minuciosa da equipe multidisciplinar. Normalmente, a equipe médica considera a ablação em casos de tumores inoperáveis ou de difícil acesso cirúrgico, pacientes com alto risco para cirurgia, lesões pequenas e bem delimitadas, ou como parte de estratégias combinadas.
É importante ressaltar que a ablação não substitui todas as abordagens cirúrgicas. Na verdade, ela se soma ao arsenal terapêutico, oferecendo mais possibilidades em protocolos integrados e personalizados.
Como realiza o processo?
O procedimento de ablação é feito em ambiente hospitalar, geralmente sob anestesia local e sedação leve. Com o auxílio de imagens em tempo real, o radiologista intervencionista introduz a agulha até o centro do tumor. Dessa maneira, aplica a energia necessária para destruir as células malignas.
A duração varia de acordo com o tipo de tumor e a técnica utilizada. Em média, o procedimento leva de 30 a 90 minutos. Após o término, o paciente permanece em observação por algumas horas, podendo ter alta no mesmo dia ou no dia seguinte.
Por ser pouco invasiva, a ablação apresenta baixos índices de complicações, especialmente quando realizada por equipes experientes e com protocolos bem estabelecidos.
Aprovada no SUS: o que isso significa para o sistema de saúde?
A recente aprovação da ablação por radiofrequência no SUS representa um marco para a oncologia brasileira. Essa decisão da Conitec reforça a importância da técnica como ferramenta complementar ao tratamento do câncer, especialmente em contextos de alta demanda e infraestrutura limitada.
Para gestores e diretores de hospitais, isso abre a possibilidade de incorporar o procedimento com respaldo técnico e normativo, ampliando o escopo de serviços oferecidos à população. Além disso, promove maior integração entre a oncologia clínica e a radiologia intervencionista, algo essencial para a modernização do atendimento oncológico.
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Quais os desafios para a expansão da ablação?
Apesar de todos os benefícios, a ablação ainda enfrenta alguns obstáculos em sua disseminação nacional. Entre os principais, podemos citar a falta de profissionais capacitados em radiologia intervencionista, necessidade de equipamentos de imagem avançados, limitações de acesso em regiões distantes dos grandes centros e baixa familiaridade de algumas equipes médicas com as indicações da técnica.
Por isso, é essencial que instituições hospitalares contem com o suporte de grupos experientes que auxiliem na implantação, treinamento e no manejo seguro desses procedimentos.
Integração da ablação com outras terapias
A ablação atua de forma integrada a outras terapias. Cada vez mais, as equipes médicas a incluem em planos terapêuticos abrangentes, combinando-a com quimioterapia sistêmica ou locorregional, radioterapia externa, cirurgia convencional ou imunoterapia.
A equipe multidisciplinar avalia o tipo de tumor, o estágio da doença, a tolerância do paciente aos tratamentos e os objetivos terapêuticos para definir a melhor estratégia de combinação.
Em muitos casos, a ablação permite controlar lesões localizadas enquanto outras abordagens atuam no controle sistêmico da doença.
Benefícios para instituições de saúde
Para clínicas e hospitais, oferecer a ablação como alternativa terapêutica representa uma série de vantagens. Entre elas, o aumento da resolutividade em oncologia, a redução de filas cirúrgicas, a menor ocupação de leitos de longa permanência, o fortalecimento da imagem institucional como centro atualizado e a melhoria na experiência do paciente.
Esses benefícios refletem diretamente na eficiência operacional e na ampliação da capacidade assistencial, algo especialmente relevante em tempos de alta demanda por atendimento oncológico.
Ablação no combate ao câncer: o futuro já começou
Portanto, a ablação já é uma realidade nos principais centros médicos do país e, com a aprovação no SUS, tende a se expandir para outras regiões e contextos. Sendo assim, para os gestores de saúde, o momento é estratégico: integrar essa tecnologia à prática clínica pode representar ganhos em qualidade, agilidade e resultado terapêutico.
A ROI Brasil está ao lado de instituições que desejam implementar soluções modernas em radiologia intervencionista, sempre com responsabilidade, conhecimento técnico e atenção aos princípios éticos da medicina.